Somos estudantes de Psicologia na Universidade Católica, do segundo ano.
Este blog foi construido no ambito da disciplina Psicologia da Paz, tendo como tema principal o Terrorismo.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Experiências de vida e terror


Assim como não existe uma única personalidade terrorista ou perfil, uma determinada constelação de experiências de vida não é necessária nem suficiente para causar terrorismo. Para perceber o papel das experiências de vida no caminho para o terrorismo, os estudiosos baseiam-se principalmente em três temas: Injustiça, abuso e humilhação.
O senso comum e a experiência, dizem-nos que as pessoas que são mal tratadas e/ou foram injustamente castigadas, procurarão vingança (Field, 1979).
Alguns membros da comunidade psiquiátrica continuam a partilhar desta opinião. Akhtar (1999) conclui que "existem evidências de que a maioria dos grandes elementos de organizações terroristas, são eles próprios, indivíduos profundamente traumatizados.
Em crianças muitos deles sofreram abusos físicos crónicos e uma profunda humilhação emocional.

Países ricos e pobres passam por um aprendizado social que engendra uma nova sociabilidade quotidiana cujo fundamento está na assimilação da ideia da fragilidade da vida. Mesmo que tenha crescido o controlo social e a indústria da segurança pública e particular, os indivíduos estão aprendendo rapidamente que a vida está sempre por um fio. A convivência com o horror é diária e desta condição deve nascer uma nova sensibilidade e uma nova percepção de estar no mundo.
O terrorista de hoje pode ser o herói de amanhã, dependendo do êxito ou fracasso da causa que defenda; assim a história nos tem ensinado. Ao mesmo tempo, acções terroristas de estado, como o são as guerras em geral, podem ser classificadas como “santas”, “preventivas”, ou mesmo, “económicas” (no sentido de economizar vítimas futuras, como por exemplo: os bombardeios atómicos a Hiroxima e Nagasaki que teriam poupado a vida de milhares de soldados, ao custo de matarem mais de 40.000 crianças em férias!). A irracionalidade, termo que pode ser utilizado como um eufemismo para a velha designação de “loucura”, é uma constante nesta discussão que não consegue ser reduzida por qualquer teoria económica, política ou histórica de nossos quotidianos conflitos.
Em suma: a capacidade de destruir é muito mais implementada do que a de socorrer, mesmo aos membros de uma mesma comunidade!

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